sábado, 20 de dezembro de 2008

minhas tintas


"O maior obstáculo de um escritor sempre será a palavra seguinte. E a importância da crítica de quem ler, sua maior vergonha." (Romã de Ades)


sobre mim:


A única constante, ultimamente, tem sido o movimento desordenadamente ordenado da minha triste caneta.

Toda culpa é dela.

Todo tempo é dela.

Todo desabafo é dela.

Mas isso não sei se é ruim.

digo, apenas não sei.

E esse é o maior dos problemas.

Tem dias que ela é tão engraçada que me faz rir.

Outros que me faz papel de útero.

Sendo eu esse eterno feto - folha quase em branco - a espera de um aborto ou de um grito.

Grito de desespero.

Grito quieto.

Grito sorridente que só ela, a caneta, ri.

Talvez por isso a procuro tanto.


Só ela ri.

Chego a pensar que "só ela" caberia naturalmente na frente do que quer que SEJA.

Razão esta que a odeio.


...


Mas então me perco. / toda vez é isso!/

Se não sabe aonde quer ir por que me obriAga a lhe acompanhar?

...


Canetinha filha de um petróleo.

Por que me tens nas tuas mãos?

Um comentário:

Tobias Farias disse...

Para que outros te tenham diante dos olhos.

(: